Coleção de selos Hansel e Gretel, Alemanha |
Para além das
características de que falámos na semana passada, existem outros detalhes que
se repetem nas histórias tradicionais. Falamos da estrutura da narrativa e das
personagens que participam no enredo.
Muitos dos
contos tradicionais que conhecemos começam com a expressão «Era uma vez» e
dividem-se em três partes. Na primeira parte, a ação encontra-se em equilíbrio
e a personagem principal é apresentada, geralmente, sem atribuição de nome
próprio. Por exemplo, na história de «Os três porquinhos» as personagens
principais são identificadas apenas pela idade. Existem algumas exceções, como
por exemplo no caso de Hansel e Gretel e, também, de João Sem-Medo. Nesta fase
do texto é ainda revelado o contexto familiar da personagem principal, com
referência apenas ao seu grau de parentesco, por exemplo: a mãe, a avó, os
irmãos.
A narrativa
avança e entramos no «meio» da história. Aqui, acontecem uma série de
peripécias que perturbam a ordem inicialmente existente e que são normalmente
provocadas por um vilão. A ordem só é novamente restituída através de um novo acontecimento
ou personagem responsável por encerrar a história: uma força restabelecedora. Por
exemplo, um príncipe encantado, um casamento, um herói. Por vezes, existem outras
personagens designadas por adjuvantes, que protegem e ajudam o herói, ou oponentes,
que o atrapalham.
A repetição da
estrutura e a generalização das personagens nos contos tradicionais têm o
grande objetivo de simplificar o enredo de forma a que os mais pequenos
facilmente assimilem o objetivo final destas narrativas: o ensinamento dos
valores morais.
Explique estas
características aos seus alunos e ajude-os a compor a história para participar
em Um concurso nada tradicional.
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